Os Salmos de Salomão (PsSal)
Os Salmos de Salomão (PsSal) são uma coleção de 18 salmos apócrifos (não são recebidos como Palavra de Deus pela maioria dos cristãos) e pseudepígrafos (erroneamente atribuídos a Salomão). Provavelmente escritos em Hebraico, em meados no século 1 a.C., esses salmos são encontrados em algumas edições da Septuaginta (tradução antiga do Antigo Testamento para o Grego). Alguns estudiosos atribuem a autoria desses Salmos aos fariseus.
Embora sejam ignorados por muitos estudiosos bíblicos, os Salmos de Salomão são muitíssimo importantes como contexto para o Novo Testamento. Eis algumas características desses salmos [os textos que aparecem aqui são uma tradução da edição de Kenneth Atkinson, An Intertextual Study of the Psalms of Solomon. Lewiston: The Edwin Mellen Press, 2001].
1. Os Salmos de Salomão Apontam a Crença na Ressurreição
Salmo de Salomão 3.12: Essa é a porção dos pecadores, mas aqueles que temem ao Senhor ressuscitarão para a vida eterna e a vida deles será na luz do Senhor e eles nunca mais findarão.
Salmo de Salomão 14.6: Portanto, a herança deles é o Hades, trevas e destruição, e eles não serão encontrados no dia na misericórdia dos justos. Mas os santos do Senhor herdarão vida em bem-aventurança.
Salmo de Salomão 15.15: Mas aqueles que temem o Senhor verào misericórdia nele, e eles viverão na misericórdia do seu Deus; e os pecadores vão perecer para o tempo eterno.
2 Os Salmos de Salomão Apontam a Crença na vinda de um Messias Rei
Salmo de Salomão 17.5 Senhor, tu escolheste Davi como rei sobre Israel, e prometeste-lhe acerca de sua descedência para sempre, que seu lugar real nunca cessaria diante de ti. 23.Veja, Senhor, e levanta-lhes o rei deles, um filho de Davi, para reinar sobre Israel, seu servo, no tempo que escolheres, Deus. 24 Cinge-o de poder para destruir os governantes injustos… 28. E ele ajuntará um povo santo, a quem ele guiará em justiça. E ele julgará as tribos do povo santificado pelo Senhor Deus deles. 29. Ele não mais permitirá que a injustiça habite no meio deles, e todo o homem que conhece a perversidade não habitará entre eles… 32. E ele terá nações gentílicas servindo-o debaixo de seu jugo, e ele glorificará o Senhor de maneira notável sobre toda a terra. 33. E ele purificará Jerusalém com santificação, como no início. 34. Pois nações virão dos confins da terra para ver sua glória, trazendo como dádivas seus filhos totalmente debilitados, 35 e para ver a glória do Senhor que Deus glorificou; e ele é um rei justo sobre eles, instruído por Deus. 36 E não há injustiça no meio deles nos seus dias, pois todos serão santos e o seu rei é o Senhor ungido.
Salmo de Salomão 18.6 Que Deus purifique Israel com bênçãos para o dia da misericórdia, para o dia da eleição, quando ele trouxer o seu ungido. 7 bem aventurados são aquele que viverem naqueles dias, para ver as boas coisas do Senhor, que ele fará para a geração vindoura; 8 sob a vara da disciplina do ungido do Senhor, no temor do seu Deus, na sabedoria do Espírito e justiça e força, 9 para dirigir os homens em obras de justiça pelo temor do Senhor, para estabelecer todos eles diante do Senhor.
Conclusão
Livros apócrifos e pseudepígrafos, como os Salmos de Salomão, não devem ser desprezados ou temidos pelos cristãos, nem supervalorizados como porções importantes e misteriosas das Escrituras que a igreja deixou fora do cânon. Eles são, em vez disso, na maioria das vezes, textos que refletem a piedade do povo de Deus do passado e são muito úteis para nos ajudar a entender o contexto histórico dos textos sagrados. Embora não sejam Palavra inspirada de Deus, alguns desses livros até servem como leitura devocional.
Os Salmos de Salomão foram escritos em torno de 50 anos antes do nascimento de Jesus e são escritos a partir de uma fé sincera, baseada nas Escrituras do Antigo Testamento. Dessa forma, eles mostram a opressão externa que Israel estava sofrendo, a corrupção interna que havia entre alguns dos líderes da nação, a piedade daqueles que são chamados de pobres e a esperança na vinda do Messias que traria ao povo justiça pessoal e social e subjugaria as nações, fazendo-as ver a glória do Senhor Deus.